A liturgia nos diz que o senhor não está presente. É o dia em que ainda aguardamos por aquele que não está. Por aquele que virá! Neste dia o senhor está ‘morto’, está na mansão dos mortos. É o dia em que a luz foi até as trevas. É o dia em que o Pastor não está junto às suas ovelhas.
Então como fica isto? Na sua ausência estamos sós? Estamos vulneráveis neste silêncio? Sozinhos, não desesperaríamos? Quem nos conduz ao silêncio e no silêncio?
Numa reflexão, vejo que neste momento se cumpre a passagem: "Um homem possui cem ovelhas: uma delas se desgarra. Não deixa ele as noventa e nove na montanha, para ir buscar aquela que se desgarrou?" (Mt 18,12). O Senhor Jesus deixa os viventes (noventa e nove) na montanha para ir em busca da ovelha que se perdeu, possivelmente lá embaixo, nas fendas entre as montanhas. Ele desce aos infernos, onde nenhum pode sair por conta própria, vai sofrer rasgões e arranhões para resgatar o que é dEle.
Antes da partida de Jesus ao nível mais baixo das montanhas, Ele deixa um amparo às noventa e nove ovelhas restantes. Para que nenhuma delas se perdesse durante sua ausência, Jesus confiou à Virgem Maria a proteção de todas elas e que as desse exemplo de esperança e de silêncio. Quem mais poderia acalentar os seus amados? Quem mais poderia dizer aos ouvidos palavras doces e curadoras? Quem poderia dar mais exemplos de silêncio? Quem mais poderia dar testemunho de verdadeira esperança?
“Mulher, eis aí teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí tua mãe”. (Jo 19,26-27)
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| Nossa Senhora do Silêncio |
Com Nossa Senhora por perto e em nossa casa, fica mais fácil silenciar e aguardar num dia perigoso. Levando a Mãe para nosso lar, para nossa vida, a proteção está garantida. Aquela que venceu noutros momentos difíceis, vai vencer novamente, vai aguardar novamente. Ela crer que Ele vira. Ela sabe da sua competência, do seu poder e do seu amor. Ela não hesita na fé, ela sempre diz: "Fazei o que ele vos disser". (Jo 2,5)
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