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terça-feira, 30 de outubro de 2012

Porque o namoro não é o tempo de viver a vida sexual? (Felipe de Aquino - 2003)

O sexo tem duas dimensões, finalidades: unitiva e procriativa. Deus fez do casal humano "a nascente da vida", disse o Papa Paulo VI; e assim deu ao homem a missão de gerar e educar os filhos. Nenhuma outra é mais nobre do que esta. Se é belo construir casas, carros, aviões ..., mais belo ainda é gerar é educar um ser humano, imagem e semelhança de Deus. Nada se compara à missão de ser pai e mãe. Um dia os computadores vão deixar de calcular, os carros de rodar, os aviões de voar... mas jamais o ser humano acabará, pois tem uma alma imortal. Na aurora da humanidade Deus disse ao casal: "multiplicai-vos". "A dualidade dos sexos foi querida por Deus, para que o homem e a mulher, juntos, fossem a imagem de Deus", disse certa vez o Papa Paulo VI. É através da atividade sexual que o casal se multiplica e se une profundamente; isto é um desígnio de Deus.

O ato sexual é o ato "fundante" da geração do filho, porque é por ele que a doação amorosa do casal acontece. É por isso que a Igreja não aceita outra maneira de gerar a vida humana. Por outro lado, a relação sexual une o casal mais fortemente. Há muitas maneiras de se manifestar o amor: um gesto atencioso, uma palavra carinhosa, um presente, uma flor, um telefonema... mas a mais forte manifestação de amor entre o casal, é o ato sexual. Ali cada um não apenas dá presentes ao outro, nem só palavras, mas se dá ao outro fisicamente e espiritualmente. Ora, você só pode entregar a sua intimidade profunda a alguém que o ama e que tem um compromisso de vida com você. Qual é a diferença entre o sexo no casamento, realizado com amor e por amor, e a prostituição? É o amor. Se você tirar o amor, o sexo se transforma em prostituição, comércio. Já chegaram até ao absurdo de querer legalizar a "profissão" de prostituta.
 

Aquele que tem uma relação sexual com a prostituta está preocupado apenas com o prazer, e não tem qualquer compromisso com ela. Acabada a relação, paga e vai embora. Não importa se amanhã esta mulher está grávida, doente, ou passando fome, não lhe interessa, ele pagou pelo "serviço".
Veja, isto é sexo sem amor, sem compromisso de vida, sem uma aliança. É o desvirtuamento do sexo, a prostituição.
 

No plano de Deus o sexo é diferente, é manifestação do amor conjugal; é uma verdadeira liturgia desse amor, cujo fruto será o filho do casal. Na fusão dos corpos se celebra profundamente o amor de um pelo outro: a compreensão recíproca, a paciência exercida, o perdão dado, o diálogo mantido, as lágrimas derramadas... é a festa do amor conjugal. Por isso é o ato fundante da vida.
O ato sexual vai muito além de um mero ato físico; a união dos corpos sinaliza a união dos corações e dos espíritos pelo amor.


Não deveriam se unir fisicamente aqueles casais que não tivessem os corações unidos. É por causa disto que há tanto desastre na vida sexual de certos casais; unem os corpos sem unir as almas.
Nesta "festa" do amor conjugal, o casal se une fortemente, e no ápice do seu prazer, Deus quis que o filho fosse gerado. Assim, ele não é apenas carne e sangue dos seus pais, mas amor do seu amor.
É por isso que a Igreja ensina que o ato sexual, para não ser desvirtuado, deve sempre estar aberto à geração da vida, sem que isto seja impedido por meios artificiais. Ora, se o ato sexual gera a vida de um novo ser humano, ele precisa ser acolhido em um lar pelos seus pais. É um direito da criança que vem a este mundo.


Nem o namoro, nem o noivado oferece ainda uma família sólida e estável para o filho. Não existe ainda um compromisso "até que a morte os separe". É por isso que o sexo não deve ser vivido no namoro e no noivado. Ao contrário do que acontece hoje comumente, a última entrega ao outro deveria ser a do próprio corpo, só depois que os corações e as vidas estivessem unidas e compromissadas por uma "aliança" definitiva. Se você apanhar e comer uma maçã ainda verde, ela vai fazer mal a você, e se estragará. Se você viver a vida sexual antes do casamento, você só terá problemas e não alegrias.
O sexo é belo e puro quando vivido segundo a lei de Deus; todos nós viemos ao mundo por ele. Se ele fosse sujo, a criança recém nascida não seria tão bela e inocente. O que deturpa o sexo é o seu uso antes ou fora do casamento.


O livro do Gênesis assegura que ao criar todas as coisas Deus "viu que tudo era bom" (Gen. 1,25). Portanto, tudo o que Deus fez é belo, também o sexo. O mal, muitas vezes, consiste no uso mau das coisas boas. Por exemplo, uma faca é uma coisa boa; sem ela a cozinheira não faz o seu trabalho. Mas, se um criminoso usar a faca para tirar a vida de alguém, nem por isso a faca se torna má. Não. O mal é o uso errado que se fez dela. Da mesma forma o sexo é algo criado por Deus e maravilhoso.


No plano de Deus a vida sexual só tem lugar no casamento. São Paulo há dois mil anos já ensinava aos Coríntios: "A mulher não pode dispor do seu corpo: ele pertence ao seu marido. E também o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa" (1 Cor 7,4). O Apóstolo não diz que o corpo da namorada pertence ao namorado, e nem que o corpo da noiva pertence ao noivo. A união sexual só tem sentido no casamento, porque só ali existe um "comprometimento" de vida conjugal, vida a dois, onde cada um assumiu um compromisso de fidelidade com o outro para sempre. Cada um é "responsável pelo outro" até a morte, em todas as circunstâncias fáceis e difíceis da vida. Sem este "compromisso de vida" o ato sexual não tem sentido, e se torna vazio e perigoso. As conseqüências do sexo vivido fora do casamento são terríveis: mães e pais solteiros; filhos abandonados, ou criados pelos avós, ou em orfanatos. Muitos desses se tornam os "trombadinhas" e delinqüentes que cada vez mais enchem as nossas ruas, buscando nas drogas e no crime a compensação de suas dores.


Quantos abortos são cometidos porque busca-se apenas egoisticamente o prazer do sexo, e depois elimina-se o fruto, a criança! Só no Brasil são 4 milhões por ano. Quatro milhões de crianças assassinadas pelos próprios pais! As doenças venéreas são outro flagelo do sexo fora do casamento. Ainda hoje convivemos com os horrores da sífilis, blenorragia, cancro, sem falar do flagelo moderno da AIDS. Por causa dessa desvalorização da vida sexual, e da sua vivência de modo irresponsável e sem compromisso, assistimos hoje esse triste espetáculo de milhões de meninas adolescentes de 12 a 15 anos, grávidas.


A nossa sociedade é perversa e irresponsável. Incita o jovem a viver o sexo de maneira precoce e sem compromissos, e depois fica apavorada com a tristeza das meninas grávidas. Isto é fruto da destruição da família, do chamado "amor livre", e do comércio vergonhoso que se faz do sexo através da televisão, dos filmes eróticos, das revistas pornográficas e, agora, até através do telefone e da internet. Como não acontecer que milhões de jovens - quase meninas - fiquem grávidas? Quando se põe fogo na palha seca, é claro que ela queima ... E o que serão dessas crianças criadas por essas meninas, sem o pai ao lado, sem uma família que a acolha amanhã? Muitos jovens viciados no "crack" e nas drogas, assaltantes e ladrões, estão nesta vida porque faltaram-lhes os pais, faltou uma família.


Veja jovem, quanta tristeza causa o sexo fora e antes do casamento. Quantos lares foram também destruídos por causa dos adultérios! Quantos filhos abandonados e carentes porque os pais viveram aventuras sexuais fora do casamento e se separaram! Não há hoje como negar que o triste espetáculo dos jovens carentes, abandonados, drogados, metidos na violência, no álcool e no crime, é fruto da destruição familiar, que acontece porque viveu-se o sexo fora do casamento. Quantos rapazes engravidaram a namorada, e tiveram de mudar totalmente o rumo de suas vidas! Às vezes são obrigados a deixar os estudos para trabalhar; vão morar na casa dos pais ... sem poderem constituir uma família como convém.


Se você quiser formar uma família bem constituída, que lhe dê alegria e realização, então, "não passe o carro na frente dos bois". A sua futura família começa a ser bem edificada no seu namoro, não vivendo nele a vida sexual para não estragar os seus alicerces. É preciso dizer aqui que a parte que mais sofre com a vida sexual fora de lugar, é a mulher. A jovem, na sua psicologia feminina, não esquece os menores detalhes da sua vida amorosa. Ela guarda a data do primeiro encontro, o primeiro presente, etc...; será que ela vai esquecer a primeira relação sexual? É claro que não! Esta primeira relação deve acontecer num ambiente preparado, na lua de mel, onde a segurança do casamento a sustenta.


A vida sexual de um casal não pode ser começada de qualquer jeito, às vezes dentro de um carro numa rua escura, ou mesmo num motel, que é um antro de prostituição. Além do mais, quando o namoro termina, as marcas que o sexo deixou ficam no corpo da mulher para sempre. Para o rapaz tudo é mais fácil. Então, como é que você quer exigir da sua namorada o seu corpo, se você não têm um compromisso de vida assumido com ela, para sempre. Não é justo e nem lícito exigir o corpo de uma mulher antes de colocar uma aliança - prova de amor e de fidelidade - na sua mão esquerda.


O namoro é o tempo de conhecer o coração do outro, e não o seu corpo; é o momento de explorar a sua alma, e não o seu físico. Para tudo tem a hora certa, onde as coisas acontecem com equilíbrio e com as bênçãos de Deus. Espere a hora do casamento, e então você poderá viver a vida sexual por muitos anos e com a consciência em paz, certo de que você não vai complicar a sua vida, a da sua namorada, e nem mesmo a da criança inocente.


A melhor proposta para o namoro é uma vida de castidade, que é a melhor preparação para o casamento. Sem dúvida, um casal de namorados que souber aguardar a hora do casamento para viver a vida sexual, é um casal que exercitou o autocontrole das paixões e saberá ser fiel um ao outro na vida conjugal. Também os noivos não estão aptos ainda para a vida sexual. O Catecismo da Igreja diz que: "Os noivos são convidados a viver a castidade na continência. Nessa provação eles verão uma descoberta do respeito mútuo, uma aprendizagem da fidelidade e da esperança de se receberem ambos da parte de Deus" (§ 2350). E ensina que a vida sexual é legítima e adequada aos esposos.
"Os atos com os quais os cônjuges se unem íntima e castamente são honestos e dignos. Quando realizados de maneira verdadeiramente humana, testemunham e desenvolvem a mútua doação pela qual os esposos se enriquecem com o coração alegre e agradecido". (CIC, 2362; GS, 49).


Caro jovem, eu sei que esta proposta não é fácil, pois eu também passei por ela na minha juventude; mas eu quero dizer-lhe que é muito bela.Eu sei que o mundo lhe diz exatamente o contrário, pois ele não quer "entrar pela porta estreita" (Mt 7,14), mas que conduz à vida. Peço que você faça esta experiência: veja quais são as famílias bem constituídas, veja quais são os casamentos que estão estáveis, e verifique sob que bases eles foram construídos. Você verá que nasceram de casais de namorados que se respeitaram e não brincaram com a vida do outro.

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Hino (letra e vídeo) e Logo oficial do ANO DA FÉ - 2012 a 2013

Vídeo com o hino



Logo oficial
Letra

CREDO, DOMINE
Hino para o Ano da Fé
1. Caminhamos ao peso de-esperas 
e às cegas pela noite
tu nos encontras no Advento da história
és  p’ra nós o Filho do Altíssimo
Credo Domine!
Com os Santos que peregrinam entre nós
Ó Senhor, nós te pedimos: 
Adauge nobis fidem!
Credo Domine,
Adauge nobis fidem!

2. Caminhamos perdidos e pobres 
sem o pão quotidiano
teu Natal nos dá luz p’ra toda a vida
tu és  p’ra nós a estrela matutina
Credo Domine!
Com Maria a primeira dos crentes
Ó Senhor, nós te rezamos: 
Adauge nobis fidem!
Credo Domine,
Adauge nobis fidem!

3. Caminhamos sofrendo cansados 
De feridas ainda-abertas
tu vens curar quem te busca no deserto
és  p’ra nós como dextra estendida
Credo Domine!
Com os pobres postos à tua porta
Ó Senhor, te imploramos: 
Adauge nobis fidem!
Credo Domine,

Adauge nobis fidem!

4. Caminhamos sob cruz que nos prova
Sobre-os sulcos dos teus passos
tu ressurges na nova manhã da Páscoa
és  p’ra nós o vivente que não morre
Credo Domine!
E unida nossa voz aos humildes
Ó Senhor, te suplicamos: 
Adauge nobis fidem!
Credo Domine,
Adauge nobis fidem!

5. Caminhamos atentos à chamada
De um novo Pentecostes
recrias a presença daquele sopro
és  p’ra nós a Palavra do futuro
Credo Domine!
com Igreja qu’anuncia Evangelho
Ó Senhor, te invocamos: 
Adauge nobis fidem!
Credo Domine,
Adauge nobis fidem!

6. Caminhamos cada dia que nos dás
Companheiros,  irmãos todos
tu nos guias pelas estradas da terra 
és  p’ra nós esperança, feliz meta
Credo Domine!
Com o mundo, onde vive teu Reino 
Ó Senhor, nós te clamamos: 
Adauge nobis fidem!
Credo Domine,
Adauge nobis fidem!

Site
www.annusfidei.va

Jornalista americana escolhe união total de vida com Deus e vai para o Carmelo

Com um sentido alegre na mensagem de despedida, o portal de notícias Site News Life, um dos maiores do mundo, comunicou a entrada de Kathleen Gilbert, sua editora para os Estados Unidos, em um convento carmelita de clausura, no último dia 14 de outubro. A profissional sentiu-se chamada a uma união total com Deus na oração contemplativa, informou a agência de notícias católica que continuará a trabalhar ativamente, mas de uma forma diferente.
“É um tempo mesclado com alegria, orgulho e esperança, mas também tristeza e dureza”, disse John Henry Westen, co-fundador do site de notícia. Gilbert mostrou em seus anos de serviço profissional, ser “uma repórter com grande capacidade de tratar de questões mais sensíveis com cuidado e discernimento. Apesar de não precisar escrever para nós. Eu posso dizer com segurança que Kathleen continuará a fazer parte da equipe”, disse ele Westen.
Kathleen Gilbert, agora candidata das Carmelitas Descalças, em Buffalo, Estados Unidos, disse que sua jornada de seguir a Deus sempre foi livre, alimentada pela doutrina de uma família dedicada. Por anos ela queria treinar como apologista, e foi atraída para as questões teológicas, especialmente demonologia. Foi quando ela teve a oportunidade de trabalhar na divulgação de informações no site.
“O trabalho em favor da vida foi o suficiente para satisfazer o meu desejo de fazer o bem e, principalmente, para combater o mal. O ambiente de trabalho em um meio católico foi muito favorável para o meu crescimento. Era um lugar totalmente espiritual para trabalhar. O nosso pão de cada dia é a oração. Energia para a frente com um espírito voltado para Deus no trabalho diário é realmente um privilégio”, disse Kathleen.
Sua inquietude profissional se despertou em 2011, após três anos de jornalismo. Seu caminho espiritual foi aberto às possibilidades da vontade de Deus. “Eu vim para a vida adulta sabendo que a estrada iria escolher minha resposta criativa a Deus, não apenas uma autodeterminação sem sentido”, disse. Durante seu discernimento descobriu que ela sempre se sentiu de outro mundo e “uma voz” a convidou para visitar o mosteiro.
Kathleen disse que as freiras da clausura são como “marines” (forças especiais) da Igreja, vivendo união total com Deus. Como religiosas, “dedicar a nossa vida a ser o ponto de contato entre o Céu e a Terra, pedindo graças pelos sacerdotes, missionários e famílias em todo o mundo”, continuou.
Gilbert, agora religiosa, agradeceu a sua experiência profissional e observou que está cheia de motivos para rezar. Da influência do mosteiro para a sua casa: “em tempo integral nos mais altos escalões do poder”, falou. Em sua contribuição no jornalismo, disse que se conseguiu salvar pelo menos uma vida ou mover algo para a dignidade humana ou a descoberta da verdadeira liberdade, se pode fazer isso, então ela afirma ter ganho a vida. (EA)
Fonte: PantoKrator

Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família apoia implantação de projeto para pessoas com trauma pós-aborto

Com o objetivo de oferecer cuidados às pessoas que estão sofrendo após o envolvimento na prática do aborto, foi fundado, em 1984, nos Estados Unidos, o Projeto Raquel. Para a implementação do projeto no Brasil, a pedido de algumas as dioceses locais e com o acompanhamento e  o apoio da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família (CEPVF), durante estes dias realiza-se um treinamento com conselheiros e profissionais voluntários. A convite do presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom João Carlos Petrini, a diretora teológica e terapeuta do projeto, Isaura Cunha, veio dos Estados Unidos, para trazer o projeto para o Brasil.
O Projeto Raquel consiste em uma rede de pessoas – entre médicos, psicólogos, sacerdotes, conselheiros leigos e outros –, que prestam ajuda a mulheres, homens e seus familiares que se envolveram com o aborto. Para tal, é dado um treinamento a esses voluntários. No Brasil, o treinamento foi realizado em São Paulo (SP) e Salvador (BA), onde o projeto já foi implementado, e, em Brasília, está em fase de implantação. Em breve, Rio de Janeiro também terá o treinamento.
“O objetivo deste projeto é trabalhar com mulheres pós-aborto, não é um trabalho de prevenção, não é um trabalho de educação, é trabalho de luto, essencialmente. O projeto Raquel só trabalha com mulheres que já passaram pelo aborto”, elucida Isaura Cunha.
O Projeto Raquel é um trabalho realizado nas dioceses, para tal, deve ser aceito e aprovado pelo respectivo bispo, esclarece Isaura. A diretora ainda afirma que é realizado por profissionais. “Nós realizamos o trabalho com sacerdotes e profissionais de saúde mental, mas também convidamos todos os tipos de profissionais. É um trabalho integrado. Os leigos também são parte importante no projeto, pois são eles que têm mais contato com essas mulheres no dia a dia”, explica.
Isaura revela que muitas mulheres, que já fizeram aborto, através dos anos, manifestam diferentes sintomas psicológicos. “Muitas delas levam anos até pedirem ajuda. Na maioria dos casos são pessoas que já têm esse problema há 20 ou 25 anos e nunca conseguiram absorver. É raro termos uma pessoa que teve um aborto há um ou dois meses. É um segredo muito profundo, e as pessoas costumam manter isso por muitos anos; sofrem com esse segredo em nível moral e psicológico. Quando as mulheres pedem ajuda significa que o psicológico e espiritual já foram afetados, o que é grave”, relata.
Uma das características do trabalho realizado pelo Projeto Raquel é o extremo sigilo. “Nós temos que respeitar a dignidade dessa mulher, e temos muito cuidado em não expor essa mulher, publicamente. Todos os sacerdotes que pertencem ao projeto, também não têm os nomes divulgados”, afirma.
Sobre o nome “Raquel”, que batiza o projeto, Isaura explica que tem origem na figura bíblica de Raquel. “Ela aparece no livro do Gênesis como ‘A mãe das doze tribos’, depois nós encontramos Raquel no livro de Jeremias, quando ela perde seus filhos em tempo de exílio na Babilônia. Raquel sofre com essa mágoa de ter perdido os filhos, e só consegue se reconciliar consigo mesma, quando Deus vem ao encontro dela. Raquel passa por esse processo de misericórdia de Deus. Portanto, estas mulheres têm exatamente esse processo”, disse.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Ministério Jovem lança site oficial do ‘Jesus no Litoral’ para a JMJ

Como uma nova ferramenta de divulgação da Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá entre os dias 23 a 28 de julho de 2013, no Rio de Janeiro/RJ, o Ministério Jovem da RCCBRASIL, lançou hoje, (24), o novo site oficial da Missão ‘Jesus no Litoral’,edição JMJ RIO  2013.

O site fará cobertura de toda a movimentação que antecede a jornada e durante a visita do Papa Bento XVI ao Brasil. O site disponibilizará informações, sugestões e fotos do dia a dia do MJ na missão. Também será possível esclarecer dúvidas pelos canais online.

Ao todo serão mais de dois mil missionários que irão anunciar o querigma aos moradores e turistas, presentes nas praias, ruas, escolas e hospitais do Rio de Janeiro. Além do Jesus no Litoral, a RCCBRASIL participará, oficialmente, por meio de mais três frentes de trabalho: a Pré-Jornada Diocesana, o Festival da Juventude Carismática e o Palco RCC Mundo. E o site mostrará detalhes de cada atividade realizada para ajudar o peregrino antes e durante a JMJ.

Segundo Ruy Lima, coordenador da missão na JMJ, o site será um avanço nesta primeira etapa e talvez o mais desafiador das etapas: a convocação e alistamento do nosso "pelotão" para linha de evangelização. “Essa nova idéia pode ser eficaz, para isso, estamos seguindo todo um plano de comunicação interna e externa”, completa. Eis o endereço do novo site: www.rccjovem.com/jmj2013

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Trabalhadores somos nós que não Quadrilhamos.

Trabalhador sou eu, meus pais e irmãos. 
Trabalhadores somos nós que acordamos cedo, 
seguimos as leis e mesmo com dores, sono e 
lágrimas consumimos as horas em labores, 
vamos e voltamos entre indústria, 
construções, lares e bares. 

Trabalhador é a dona de casa, o vendedor, 
a costureira, o advogado, o médico, Político,
leiturista, professora, pedreiro, 
serralheiro e o caminhoneiro... 
estes suam, adoecem, compram e pagam. 

Não tomam um centavo alheio, 
tem medo de sujar o nome, 
não gostam de cobradores na porta, 
pagam justo e quase sempre antecipado. 

Comem o que podem pagar, 
não lambuzam e nem abusam. 
Querem o melhor, mas nunca se fazem pior. 
A moral é sublime e não mercadoria precificada. 
Trabalhador não são aqueles que nos roubam 
até o título e falam até cansar. 

Os ladrões roubam, Trabalhadores constroem.
Trabalhadores somos nós que não roubamos. 

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Cardeal Stanislaw Rylko. Os movimentos: um verdadeiro dom de Deus


Reproduzimos abaixo a intervenção do cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, feita na tarde do dia 08 de outubro durante a segunda Congregação Geral do Sínodo dos Bispos.

***

No número 115 do instrumentum laboris, lemos que "o florescimento, ao longo das últimas décadas, muitas vezes gratuito e carismático, de grupos e movimentos engajados com prioridade na proclamação do Evangelho é outro dom da Providência para a Igreja".

O magistério dos últimos papas reiterou em muitas circunstâncias esta natureza providencial da "nova era de integração dos fiéis leigos", destacando a sua estreita relação com o "novo Pentecostes" do concílio Vaticano II.

Em particular, o beato João Paulo II fez sempre questão de destacar o dinamismo missionário dos movimentos e das novas comunidades, que "representam um verdadeiro dom de Deus para a nova evangelização e para a atividade missionária propriamente dita. Por isso, recomendamos difundi-los e usá-los para dar novo vigor, especialmente entre os jovens, para a vida cristã e para a evangelização, dentro de uma visão pluralista dos modos de se associar e de se expressar".

O papa Bento XVI, por sua vez, ressalta que "o instrumento providencial para um renovado impulso missionário são os movimentos eclesiais e as novas comunidades; acolham-nas e promovam-nas dentro das suas dioceses". Em outra ocasião, ele encorajou os bispos a receber os movimentos e novas comunidades "com grande amor".

Infelizmente, os movimentos e as novas comunidades ainda são um recurso que não é totalmente valorizado na Igreja, um dom do Espírito e um tesouro de graças que ainda estão escondidas aos olhos de muitos pastores, talvez intimidados pela novidade que eles trazem para a vida da diocese e das paróquias.

O Santo Padre está bem ciente desta dificuldade; é por isto que ele exorta os pastores a "não extinguirem os carismas, a serem gratos a eles, mesmo que eles sejam incômodos". É necessária, portanto, uma "conversão pastoral" dos bispos e dos padres, que são chamados a reconhecer que os movimentos são essencialmente um dom precioso e não um problema.

O zelo missionário das novas realidades não vem de um entusiasmo emocional e superficial, mas resulta de experiências muito sérias e exigentes de formação dos fiéis leigos na fé madura, capaz de responder adequadamente aos desafios da secularização. A novidade da sua ação, portanto, não está nos seus métodos, mas na capacidade de reafirmar a centralidade de Deus na vida dos cristãos, uma questão fundamental nos ensinamentos do Santo Padre Bento XVI.

Mesmo para a nova evangelização, vale o velho ditado escolástico: "operari sequitur esse", porque as nossas ações sempre expressam o que somos. A evangelização não é só uma questão de know-how, mas é, principalmente, uma questão de "ser", isto é, de ser cristãos verdadeiros e autênticos.

Os métodos de evangelização que os movimentos e as novas comunidades adotam são aparentemente muito diferentes, muito variados, mas todos se relacionam com as "três leis da nova evangelização", que o então cardeal Ratzinger formulou para catequistas e professores de religião por ocasião do Jubileu do ano 2000.

Primeiro, a "lei da expropriação", ou seja, o não falar em nome próprio, mas em nome da Igreja, mantendo claro que "a evangelização não é apenas um modo de falar, mas um modo de viver": é a clara consciência de que pertencemos a Cristo e ao Seu Corpo, a Igreja, que transcende o eu.

A segunda é a "lei da semente de mostarda", que é a coragem de evangelizar com paciência e com perseverança, sem esperar resultados imediatos, e sempre lembrando que a lei dos grandes números não é a lei do Evangelho. É uma atitude que podemos reconhecer, por exemplo, no trabalho de evangelização realizado por movimentos e novas comunidades nas regiões mais secularizadas da terra.

A terceira "lei" é a do grão de trigo, que deve morrer para dar a vida, que deve aceitar a lógica da cruz. Nessas leis, reside o maior segredo da eficácia dos esforços de evangelização da Igreja em todos os tempos.

Fonte: Zenit

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Dois milhões de fiéis pelas ruas de Belém para o Círio de Nazaré


Belém (RV) - Praça lotada e devotos emocionados: assim se pode definir o clima da missa do 220º Círio de Nazaré, presidida pelo Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni d’Aniello, representante do Papa Bento XVI, e concelebrada pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira, na Praça Frei Caetano Brandão, em frente a Catedral Metropolitana da Sé.

Mais de 50 mil pessoas participaram da missa celebrada ás cinco horas da manhã. Quase duas horas depois, teve início a principal procissão que reuniu aproximadamente 2 milhões de fiéis.

Para o Núncio Apostólico no Brasil, Dom Giovanni, o momento é de experiência única na sua vida. “Foi difícil dormir depois da Trasladação e ficar na espera para viver de novo essa experiência no domingo”, afirmou.

O Círio teve início na sexta-feira, com a primeira das onze romarias que compõem a quadra Nazarena. As homenagens continuam nas duas próximas semanas.

O Círio de Nazaré é uma das maiores festas religiosas do mundo. Realizado em Belém do Pará, há mais de dois séculos, congrega pessoas de todo o país numa caminhada de fé pelas ruas da capital paraense.
(BF)

Fonte: Rádio Vaticano

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Você possui qualidade de vida? Antes de responder leia este texto, parece que colocaram uma coleira de ouro no pescoço da humanidade


Você consegue sentar numa sombra debaixo de uma árvore e ficar pensando em coisas suaves? ou você nem se quer consegue se aproximar de uma árvore? Vive numa metrópole onde árvore é somente imagem de revista ou dos sites? Então há algo errado e ha também sinal de que sua saúde não vai bem!

Infelizmente muitos dos filhos de Deus estão se entregando as correrias ditadas pelo meio produtivo, pelas notícias, políticas, finanças, faculdades e relacionamentos medonhos. As conversas familiares estão em extinção  grupos de amigos em esquinas já se foi ha muito tempo, momento de contos e causos estão falecidos. 

O Homem não tem mais tempo de olhar noturnamente para a lua e buscar desvendá-la, cantar a ela uma música, tentar ver nela a figura de São Jorge, falar coisas aprendidas dos pais para seus filhos. Isto é uma tragédia, parece que alguém ensinou que todas estas coisas são fúteis, vejam só, futilizaram tudo e ao mesmo tempo problematizaram o simples, como se não precisássemos da simplicidade, pisaram no acelerador e aceleraram o coração, o relógio e o pulmão. A única razão é a não frustração, não se pode frustrar no emprego, tem-se que ganhar muito e maiores salários, tem-se que comprar novos móveis, bebidas caras, coisas de marcas, roupas da TV, cursos, botinas, botas, festas estilosas, carros, cigarros e catarros.

Colocaram uma coleira de ouro no pescoço da humanidade, o 'ser-de-primeiro-mundo' é largar o simples, deixar de ser família, falar outros idiomas, ter conhecimento de tudo e deixar a fé. A fé parece que foi feita para idiotas, músicas simples e de letras calmas não são para os avançados... que horribilidade gente! O homem 'belo' não canta músicas poéticas, não escuta causos, não dialoga, não se desliga do trabalho nem das imbecis faculdades comerciais, tudo se resolve no remédio. Seu melhor amigo é o vício, o rico empresário, dinheiro em excesso, o psicólogo da hora, calmante mais forte, prostituta mais requisitada, o político poderoso e o mandingueiro que trás a pessoa amada. Mataram a amizade! Se não se tem tempo para conversar, como haverá amigos para cultivar?

Que bom seria se você tivesse tempo para ler versos bíblicos e refletir com seus familiares, se pudesse escutar uma música bem caipira com letras simples e que tocam a alma, se pudesse ouvir os lamentos dos amigos e terminar a conversa com uma boa piada e abraços apertados, se pudesse ler um livro sem pretensão de vestibular. Que bom seria se tivesse força de desligar a TV, deixar de se guiar pelas novelas e até dos jornais que tanta mentira joga desaforadamente em nossa casa. Que bom seria se você pudesse ir a Missa, sentar em seu banco e ouvir o Padre dizer coisas simples e poder aceitá-las. Seu coração iria agradecer!

Não procure neste Mundo ser o melhor do mundo, pois nunca conseguirá. Não poucos estão nesta roda como cacho procurando o rabo. Pare, respire e pense, reflita... procure o simples e perceba que nele seu descanso e sua qualidade de vida vai está.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Vidente surpreende ao adivinhar dados bancários e revela seu segredo; assista

"Um vidente enigmático surpreendeu ao adivinhar informações bem específicas das pessoas que atendeu em Bruxelas, na Bélgica.

O talento de clarividência de Dave é exibido em um vídeo em que ele consegue desvendar nomes de amigos, a cor do carro e até informações financeiras bem específicas, como quanto a pessoa gastou em roupas no último mês."
Fonte: UOL

Alguns aqui poderiam assustar com o título deste post num blog católico e de nome Viver Santamente, alguns nem chegam a ler o restante da postagem, outros além de não ler não voltam mais a clicar no link achando que se trata de escritos oportunistas e sincretista. Mas com calma gente, este blog não tem intenções de sair da Fé Católica!!! Esperem fidelidade que serão correspondidos, isto é o que peço em oração todos os dias a Deus. O vídeo alerta a todos sobre o perigo das informações contidas gratuitamente na internet, nas redes sociais.

Palestra sobre o livro: "O Verdadeiro Católico pode votar em partidos defensores do aborto?"

Palestra sobre o livro lançado recentemente por Vanderlei de Lima. O livro esclarece o tema "O Verdadeiro Católico pode votar em partidos defensores do aborto?".

Ótima Palestra do Sr. Vanderlei Lima, ele fala de alguns capítulos do seu inteligente livro e ainda responde a perguntas que muitos de nós temos. São respostas baseadas na Doutrina da Igreja Católica e que não nos deixa desamparados nas dúvidas. Creio que seus escritos derrubam toda a paixão daqueles que querem ardorosamente votar, defender e permanecer em partidos defensores do aborto e dizendo-se católicos. Confiram!

Lectio divina (Leitura orante): dados históricos e metodológicos

TERMINOLOGIA

A expressão leitura orante (lectio divina) significa: leitura divina, leitura orante, leitura lenta e atenta da Palavra de Deus. É uma maneira orante de fazer a leitura da Bíblia, dialogando com Deus a partir de sua Palavra. A leitura orante da Bíblia para ser bem feita, exige atenção, disciplina, assiduidade, humildade, gratuidade e prontidão para acatar os ensinamentos divinos. E ainda, atenção ao método proposto (leitura, meditação, oração e contemplação).

A leitura orante não é estudo e nem experiência extraordinária. É um modo orante de ler a Bíblia, para “escutar o que Deus tem a lhe dizer, conhecer a sua vontade e viver melhor o evangelho de Jesus Cristo” (Frei Carlos Mesters).

É colocar-se a disposição de Deus: “Fala Senhor que teu servo escuta” (1 Sm. 3,10) ou “Faça-se em mim segundo a tua Palavra”. (Lc. 1,38).

1. Conhecendo a história

Para os judeus, é a obediência à Palavra de Deus que garante o cumprimento da promessa: bênção, terra, e descendência. Israel é convidado a ouvir o Senhor e amá-lo, obedecendo e praticando todos os seus estatutos (Dt. 6,4, Dt. 30,11 - 14; Ex. 19,8; Ex. 24,7). A Palavra era para ser meditada, rezada e ensinada, estando no coração e na mente. Deveria ser escrita na entrada das casas para que o povo nunca deixasse de meditar. (Dt. 6,1 - 13). Os judeus entendiam que a Torá era a presença de Deus no mundo e que deveria ser experimentada pela oração, meditação e contemplação (Ne 8,1 - 12), pois é através da meditação que o povo descobre a vontade de Deus em seu dia-a-dia. (Js. 1,8; Sl. 1,2).

O Novo Testamento relata a relação profunda de Jesus com as Sagradas Escrituras, a tal ponto de assumir a Palavra de Deus em sua vida e missão. Para ele a Palavra tem que ser atualizada no hoje da história (Sl. 21(22); Lc. 4,16 - 30; 24,13 - 35; At. 8,26 - 40). A Igreja primitiva, a exemplo de Jesus, continuou a rezar e a praticar a Palavra, e ainda, pela ação do Espírito Santo, foi capaz de interpretá-la e reescrevê-la a partir de Jesus Cristo; a Palavra Encarnada, (Jô. 1,14), Nele se cumpre toda a escritura (Lc. 4,20).

Os santos Padres, dentre eles se destaca Orígenes, assumiram a prática da Igreja primitiva, de fazer uma leitura orante da Palavra, e assim, difundiram aos fiéis. Para eles “a leitura divina supõe escuta e resposta”. Outro grupo importante pela prática da leitura orante são os monges. Eram assíduos na meditação, vivendo na intimidade com Deus por meio da Palavra.

Infelizmente, ouve um período, a partir do século VIII, em que o povo não teve mais acesso mais Palavra, passando a conhecê-la quase que unicamente por meio da História Sagrada e das pinturas dos vitrais das Igrejas. Entretanto, a Bíblia continuava sendo lida e meditada nos monteiros. Entretanto, a leitura orante, como é conhecida hoje, com seus quatro passos: leitura, meditação, oração e contemplação, foi sistematizada no século XII, por um monge Cartuxo, chamado Guido II da ordem cisterciense.

Lamentavelmente, na Idade Moderna, aconteceu outra crise de ruptura com a Bíblia, tudo passa a ser interpretado à luz da razão, ou de modo oposto, no fundamentalismo e sentimentalismo. Porém, Deus que jamais abandona o seu Povo, por meio de seu Espírito Santo, mobilizou a Igreja através do Vaticano II para que retornasse as Sagradas Escrituras (DV 21 - 26). Daí pra cá, a Igreja tem conclamado os fieis para se aproximarem mais da Bíblia, conforme recomendou a Conferência de Aparecida: “entre as muitas formas de se aproximar da Sagrada Escritura, existe uma privilegiada à qual somos convidados: a lectio divina ou exercício da leitura orante da Sagrada Escritura. Essa leitura bem praticada conduz ao encontro de Jesus Mestre” (DA 249). Também o Sínodo da Palavra lembra aos fiéis a importância de desenvolverem uma intima relação com a Palavra. Cada Igreja particular tem se empenhado em realizar atividades que concretizem esse projeto, como tem feito a Arquidiocese de Londrina, que vem estimulado muito a Leitura Orante da Palavra, através da oração pessoal e comunitária, também, por meio de retiros, encontros de capacitação da Leitura Orante, reuniões dos grupos bíblicos de reflexão, escolas bíblicas e teológicas.

2. Os quatro passos da leitura orante segundo Guigo II

No século XII, o monge Guigo II, enquanto fazia trabalhos manuais, trazia consigo uma escada. Pediu a Deus que lhe desse a graça de subir até Ele, assim como se sobe em um andaime, foi então, que teve uma visão, na qual, viu uma escada com quatro degraus que chegava até Deus, chamada “escada espiritual”, ou “escada dos monges”, onde cada degrau estava interligado com o outro, sendo que o primeiro degrau era sustentado pela Palavra. Os degraus eram: leitura, meditação, oração e contemplação. A base da escada unia a terra ao céu, chegando até Deus. Na escada de Guigo cada degrau precede e depende do outro, nenhum pode subsistir sem o outro. Assim acontece com a leitura, meditação, oração e contemplação.

A leitura oferece o material para a meditação. A assimilação da meditação leva a oração e a oração provoca a contemplação, segundo a qual, o fiel passa a ver o mundo com os olhos de Deus, ou seja, se compromete, tornando-se discípulo missionário.

Leitura (lectio): é o primeiro degrau da escada. Ela se propõe a responder a seguinte questão: O que o texto diz em si? É um processo lento, onde o leitor precisar ler várias vezes o texto, até se familiarizar com a Palavra, sendo capaz de contar espontaneamente o texto lido. Nesse passo, recomenda-se que se observe as palavras chaves, os verbos, as palavras repetidas, podendo grifar a expressão que mais chamou a atenção. Ao ler o texto sagrado não se pode desconsiderar o contexto em que foi escrito. Faz-se necessária uma leitura atenta e lenta para não manipular o texto, considerando os três níveis: literário, histórico e teológico.

“No nível literário vai-se analisar o texto, descobrindo a sua relação com o contexto literário. Algumas perguntas podem ajudar como: Quem? O que? Por quê? Quando? Como? Com que meios? Como o texto se situa dentro do contexto literário do livro de que faz parte? No nível histórico vai-se buscar conhecer o contexto nos aspectos: político, social, econômico, ideológico, afetivo, antropológico e outras. Procura-se descobrir quais os conflitos que estão por traz do texto ou nele se refletem para, assim, perceber melhor a encarnação da Palavra de Deus na realidade conflitava humana, tanto do povo do Bíblia como nossa. No nível teológico vamos procurar saber o que Deus tinha a revelar naquele tempo e como o povo respondia, assumia e celebrava a Deus. Busca-se o sentido de cada palavra. Aconselha-se a usar alguns recursos como: comentários, notas de rodapé, dicionário”... Depois de se ter obtido todas essas informações, quando se sente interrogado pela Palavra, então chegou o momento de se passar para o segundo passo.

Meditação (meditatio): é o segundo degrau da escada orante, o momento de atualizar a Palavra. A Leitura Orante, é como um espelho, que reflete o passado no presente, no chão concreto do dia-a-dia. A meditação busca uma resposta iluminadora para a vida a partir do próprio texto sagrado. “O que o texto me (nos) diz hoje”? Propõe-se uma reflexão profunda, e interpeladora como fez Maria (Lc. 2,19.51). A Palavra faz uma conexão entre o texto e a vida, entre nós e Deus. Algumas perguntas podem ajudar como: “Qual é para mim a idéia e o valor fundamental do texto lido? Por que é importante? O que me sugere e como me questiona? Com qual personagem me identifico? Que sentimentos e atitudes me transmitem? Como posso, com esses pensamentos, iluminar minha vida? Trata-se de deixar que a Palavra penetre profundamente na intimidade do meu coração, e depois mobilizar todas as energias para confrontar-se, ir dentro da Palavra e converter-se a ela. A meditação indica o esforço que se faz para atualizar o texto e trazê-lo para dentro do horizonte da vida e realidade, tanto pessoal como social”. Outro modo de meditar é “ruminar” a Palavra, repetindo várias vezes o versículo que mais chamou a atenção, saboreando-a até que ela ilumine a missão (Ez. 3,1 - 3). A meditação nos ajuda a compreender, pela ação do Espírito Santo, o próprio Deus (2 Tm. 3,16), e a entender o sentido pleno da Palavra (Jo. 16,13). Quando a Palavra provoca desejo de falar com Deus, então chegou o momento de subir mais um degrau.

Oração (oratio): é o terceiro degrau. Acontece quando se é capaz de perceber a luz da leitura e meditação os apelos de Deus. É quando a Palavra lida e meditada provoca um diálogo com Deus. “O que o texto me (nos) leva a dizer a Deus”? É o momento de resposta, de confrontação entre o projeto divino e a fragilidade humana. Os questionamentos feitos pela Palavra se tornam oração, motivo de louvor, súplica, ação de graças, arrependimento. A oração faz voltar a Deus o que ele mesmo disse pela Palavra e pela ação do Espírito Santo. Ela se insere na própria vida. O que se vive torna-se conteúdo da oração e expressão do amor de Deus. A oração leva à ação e a ação leva à oração (Lc. 10,29 - 42). Entretanto, os momentos reservados são essenciais para um encontro íntimo e profundo com Deus que se revela na Palavra e na vida humana. Toda a oração deve ser movida pela Palavra, deve-se falar com Deus a partir do texto. Quando as palavras se esgotam e brota no coração o desejo de ficar calado diante de Deus, apenas deixando-se ser amado por ele, então está na hora de passar para o passo seguinte.

Contemplação (contemplatio): é o último degrau da escada. Para a tradição da Leitura Orante, a contemplação é o ápice, o ponto alto do método, é o resultado da assimilação da Palavra de Deus no coração humano. Leva a dar uma resposta a Deus assumindo compromissos de acordo com a Palavra: “O que o texto me (nos) leva a viver”? A contemplação é o resultado dos três primeiros passos, é como a seiva de uma planta, é a doçura, o sabor, o que restou da leitura, meditação e oração. É a hora de fixar o olhar em Deus (Sl. 25,15a), deixando-se abraçar por Ele (Lc. 15,20). A contemplação não requer palavras, mas um silêncio contemplativo. Ela convida a conversão, ao compromisso, ela leva a ação.

irmã Solange das Graças Martinez Saraceni, ICP


REFERÊNCIA

BIANCO, Enzo. Lectio Divina: encontra Deus na sua Palavra. São Paulo: Salesiana2009;

CONFERÊNCIA DOS RELIGIOSOS DO BRASIL. A Leitura Orante da Bíblia. São Paulo: Loyola, 1990;

MESTRES, Carlos; BROLLO, Elda. Leitura Orante da Bíblia: São Paulo: Paulinas, 2008 (Florder);

ZEVINI,Giorgio. A Leitura Orante da Bíblia. São Paulo: Salesiana, 2006

 

terça-feira, 2 de outubro de 2012

As Ovelhas não estão mais em santidade, agarraram-se ao Lobo e voltaram-se contra o Pastor.


O Lobo não podendo vencer as ovelhas mostrando sua verdadeira face, resolveu se travestir de ovelha e se passar por uma delas também. Ele tem desviado e matado muitas e muitas ovelhas, tem feito isto através das sutis mentiras. Tem dito que para a alegria, pode-se fazer tudo e nada leva a morte, tem feito muitos experimentar os frutos da árvore má.

Tenho visto muitas misturas de alegrias nas ovelhas mais jovens, perderam o gosto pela santidade. Estão se autodestruindo e achando tudo isto bom, se achando como deuses não sabendo que estão presas com o pescoço agarrado nos dentes afiados e sanguinários do Lobo.

Quanta confusão com as ovelhas! Quanta dispersão, quanta distância do verdadeiro aprisco!. As ovelhas estão destruindo as peles das suas irmãs, devorando seus olhos e seus membros, estão se deitando sem o consentimento do seu Pastor e fazem isto sorrindo. Voltaram-se contra o Pastor que deu sua vida por elas.

Onde está a Santidade? As ovelhas estão pisando no Sagrado, estão ombreadas com o Lobo e cuspindo Naquele que as ama verdadeiramente. As ovelhas consomem de tudo, comem de tudo e frequentam todas as locas, montaram outra morada, estão junto a matilhas  estão sangrando e não estão vendo. 

Vejo nas praças aquelas que outrora estavam limpas e saradas, mas agora bebendo seu próprio sangue, tatuadas, viciadas e em torpor. Não se alimentam, não respiram o novo e só querem as fumaças de coisas velhas. O barulho e a agitação estão desnorteando-as, não refletem, ficaram inimigas, não escutam mais, ficaram frias.

As ovelhas estão desfilando nas brasas infernais preparadas pela impureza. Dói ver ovelhas assim. Como retirar deste despenhadeiro? Como?
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