O Supremo Tribunal da Coreia do Norte condenou esta semana um pastor canadiano, mas de origem sul-coreana, a prisão perpétua com trabalhos forçados por alegadamente ter praticado actos “contra o Estado”.
Hyeon Soo Lim, cuja idade precisa se desconhece mas que terá cerca de 60 anos, estava detido desde finais de Janeiro depois de ter entrado na Coreia do Norte proveniente da China.
Pastor protestante, Soo Lim terá já realizado cerca de uma centena de viagens até à Coreia do Norte onde desenvolveria projectos de carácter humanitário, mas que, segundo as autoridades de Pyongyang esconderiam actos subversivos contra o Estado.
Como normalmente tem acontecido nestes casos, os acusados acabam por “confessar” a sua culpa, o que nem sempre tem significado uma amnistia por parte das autoridades de Pyongyang.
Tal como a Fundação AIS revelou então, no início de Agosto, Soo Lim afirmou, numa “conferência de imprensa” na capital da Coreia do Norte, a sua participação numa campanha “subversiva” contra este país estalinista, pretendendo “derrubar o governo” e a criação um “estado religioso”.
Têm sido vários os casos de cristãos detidos na Coreia do Norte, nos últimos tempos, sob a acusação de conspiração contra o regime de Pyongyang.
A Fundação AIS deu conta, no final de Março passado, da detenção de dois “espiões sul-coreanos” – eufemismo para o encarceramento de cristãos - que actuavam no país e sobre os quais recaíam acusações de propaganda contra o regime e de roubo de segredos de Estado.
Um dos acusados, Kim Kuk-gi, de 60 anos, era visado directamente por “espalhar propaganda religiosa em igreja clandestina” na Coreia do Norte.
O outro detido, Choe Chun-il, de 55 anos, pertenceria, alegadamente, “a uma rede de espionagem sul-coreana”, baseada na cidade chinesa de Dandong, perto da fronteira com a Coreia do Norte.
A Coreia do Norte tem igualmente nas suas prisões o missionário sul-coreano Kim Jeong-wook, também acusado de espionagem e que foi condenado em Outubro de 2013 a trabalhos forçados. Jeong-wook procurava dar abrigo e alimentos a norte-coreanos que tentavam abandonar o país pela fronteira com a China.
Fonte: AIS
Nenhum comentário:
Postar um comentário