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quinta-feira, 28 de julho de 2016

Igreja Luterana na Letônia proíbe ordenação de mulheres

Riga (RV) - O Sínodo da Igreja Evangélica Luterana da Letônia votou uma resolução que veta a ordenação de mulheres como Pastor, cancelando uma norma que remonta a 1975 (anos da dominação soviética).

Para uma modificação assim substancial, era necessário atingir um quórum de 75% dos votos. De fato, 77% dos delegados aprovaram a emenda que altera a normal original que reza: "Qualquer pessoa, que segundo as normas da Igreja Luterana da Letônia é chamada por Deus e preparada para o Ministério, pode receber a ordenação", por "Todo candidato do sexo masculino, que segundo as normas estabelecidas pela Igreja Luterana da Letônia é chamado por Deus e preparado para o Ministério, pode receber a ordenação".

Foram 201 votos contra 49, uma votação e uma vitória pessoal do Arcebispo Janis Vanags, desde 1993 à frente dos luteranos do país báltico.

Para o Arcebispo, os versículos 11 e 12 da Primeira Carta de Paulo a Timóteo, Capítulo 2, motivaram tal decisão. "Durante a instrução, a mulher deve ficar em silêncio, com toda a submissão. Eu não permito que a mulher ensine ou domine o homem. Portanto, que ela conserve o silêncio”.

A decisão provocou reações. A primeira, por parte da Federação Luterana Mundial que expressou "profundo desconcerto pela decisão dos irmãos letões, o que leva ao risco de comprometer as relações com outros componentes da nossa Comunhão e coloca em crise também as relações ecumênicas com outras Confissões".

Em abril passado, durante uma visita oficial ao país, lideranças da Federação haviam reiterado como a ordenação feminina era um dos pontos compartilhados dentro do mundo luterano, aceito em mais de 90% das Igrejas-membro.

"Expressamos a nossa máxima solidariedade às mulheres, marginalizadas e humilhadas por esta absurda decisão", diz o a mensagem da FLM.

Também a Igreja Luterana da Letônia no exílio, formada por mulheres e homens da diáspora após a II Guerra Mundial, manifestou contrariedade pela escolha, “que faz a nação retroceder muitos anos”.

Na Letônia, cerca de um quarto dos dois milhões e meio de habitantes são luteranos. A Igreja Evangélica Luterana da Letônia é membro do Conselho Ecumênico de Igrejas, que até o momento não se manifestou sobre a decisão. (JE)

Fonte: Rádio Vaticana

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