quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016
A “política do filho único” deixou a China à beira da catástrofe
A diminuição no número de novos trabalhadores na China está tornando impossível substituir as gerações que se retiram do trabalho. As vagas não estão sendo preenchidas por falta de mão-de-obra. E o desequilíbrio na proporção entre homens e mulheres provoca toda espécie de atrocidades: compra e venda de mulheres, inclusive no exterior, sodomia, etc.
Parte do Partido Comunista resiste à mudança, pois se enriqueceu com propinas e subornos arrancados dos pais para passar por cima da lei, fazendo vistas grossas para as crianças “ilegais”. A nova política fixa um limite máximo de duas crianças por casal, e, ainda assim, o grande setor corrupto do Partido poderá obter abundantes retornos imorais.
“Se quiser ter um filho ou dois, o casal terá de tirar uma licença para cada um, caso contrário sofrerá coerção, a menos que seja rico para ‘passar por cima dos limites’”, explicou Reggie Littlejohn, fundador de Women’s Rights Without Frontiers, grupo sediado em San José, na Califórnia, que faz campanha contra o aborto forçado e a seleção por sexo das crianças na China.
Os pobres serão os que mais continuarão a sofrer, mas não terão ao seu lado os ditos patronos dos pobres, que se exibem no Ocidente contra os ricos “capitalistas aquecedores do planeta!” As perspectivas não são, pois, otimistas. Pelo contrário, deve-se temer a continuação dos mesmos procedimentos, quiçá com ligeira mitigação.
Em 2005, o advogado Chen Guangcheng processou autoridades chinesas em razão dessa política, mas acabou sendo jogado durante anos num cárcere e depois condenado à prisão domiciliar. Tendo ficado cego, em 2012 ele fugiu do controle policial de sua casa e se refugiou na embaixada americana. Hoje ensina na Universidade Católica dos EUA.
Cheng explica que a violência do sistema criou um clima de medo e destruiu o respeito tradicional chinês pela vida, venerada até pelo paganismo durante milênios. Os slogans oficiais do planejamento familiar são cruamente claros: “Mais vale ter rios de sangue do que nascimentos em excesso”.
Agindo assim, o regime socialista degrada mentalmente o povo. “Pense – diz Chen –, não tendo as pessoas controle sequer do próprio corpo, elas não podem proteger seu filho”. Em 2012, a opinião pública mundial ficou estarrecida com as fotos de Feng Jianmei, deitada junto ao cadáver de seu bebê de sete meses após aborto forçado.
As “autoridades do povo” exigiram como condição para ela ter este segundo filho uma propina equivalente a 6.300 dólares, mas a mãe não tinha como pagar. O marido de Feng conta que sua esposa ficou depressiva e que sua filhinha perguntava onde estava o irmãozinho. “Só podíamos lhe dizer que estava no Céu. A menina queria saber como é o Céu e nós não sabíamos”.
No Ocidente, grandes porta-vozes do movimento ambientalista socialista, comodamente instalados em governos, organismos internacionais e cátedras eclesiásticas apregoam drástica redução da humanidade com o falso pretexto de evitar um inexistente “aquecimento global”.
Que o horrível exemplo chinês, que não lhes é desconhecido, sirva para afastar esse demônio inimigo da vida e do gênero humano.
( * ) Luis Dufaur é escritor e colaborador da ABIM
Fonte: ABIM
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