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terça-feira, 1 de julho de 2014

D. José Alberto Moura: "Acertar com Pedro e Paulo"


Ao se olhar o que é humano na Igreja de Cristo, podemos nos decepcionar e até não querer ser membro seu.  Paulo mesmo reconhece: “Certamente ouvistes falar como foi outrora a minha conduta no judaísmo, com que excessos perseguia e devastava a Igreja de Deus...”Gálatas 1,13).  Pedro traiu Jesus. Foi identificado como seguidor do Mestre. Começou a maldiçoar: “Nem conheço esse homem de quem vocês estão falando!” (Marcos 14,71).

Além disso, a Igreja instituída por Jesus é composta de seres humanos santos e pecadores. A julgar pelo humano na mesma, podemos ficar embaraçados e até decepcionados. Há quem ainda esteja se convertendo. Pecados e erros ainda acontecem. Julgamentos podem surgir com erro de interpretação. Há falhas não intencionadas. Há também exemplos não edificantes. Por outro lado, pessoas santas e de grandes virtudes vivem com sinceridade sua resposta ao chamado de Deus. Há valores e defeitos. Acima de tudo e, contudo, existe a ação divina. A Igreja é santa e pecadora! Aliás, quem não tem pecado “atire a primeira pedra”!


O barco de Cristo parece, às vezes, afundar-se. Mas o Mestre, mesmo parecendo dormir, está presente e não deixa que isso aconteça: “O poder da morte nunca poderá vencê-la” (Mateus 16,18).  Mesmo nas fragilidades dos humanos na Igreja, há muita boa vontade e correspondência ao amor de Deus por parte de inúmeras pessoas que se convertem e seguem o Mestre. Forma-se uma plêiade numerosa dos que vivem sua fé no Cristo ressuscitado. Têm confiança nele e executam a missão por Ele recebida.

Pedro e Paulo viveram convertidos e deram a vida pelo Mestre. Compreenderam o chamado de Jesus e aderiram convictamente a Ele. Paulo reconhece, no fim da vida: “Combati o bom combate, completei a corrida, guardei a fé” (2 Timóteo 4, 7). Pedro, incumbido por Jesus da missão de apascentar sua grei foi incansável em cumprir sua missão de ser o guardião da fé da Igreja.

Como não seguir Pedro e Paulo na caminhada de Cristo?! O mestre sem Igreja não teria os discípulos que a compõem. Ele quis fundar sua Família para ser luz para a humanidade, indicando seu caminho novo, o único que leva à vida plena: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vai ao Pai se não por mim” (Jo 14,6). 

Muitos querem viver a fé em Deus sem a comunidade eclesial. Tornam-se como uma andorinha só. Sem comunidade de fé não se têm os meios deixados  pelo Filho de Deus para o sustento da mesma. Sua Palavra, os meios de conversão, o fortalecimento da graça de Deus com os sacramentos, a comunhão de vida e os ensinamentos orientadores da fé são vitais para o encaminhamento da pessoa na prática do projeto divino.

Andar com Pedro e Paulo dá-nos a segurança de andar com Cristo. Ele mesmo lembra, a respeito de seus Apóstolos: “Quem vos recebe a mim recebe” ( Mateus 10,40) .



D. José Alberto Moura, CSS
Arcebispo Metropolitano de Montes Claros, MG

Fonte: http://www.arquimoc.com/home/detalheNoticia/335

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