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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

28 de janeiro, dia de São Tomás de Aquino

Príncipe da Filosofia e Teologia Católicas. Proclamado como “esplendor e flor de todo o mundo” por Santo Alberto Magno, foi cognominado Doutor Angélico pelo Papa São Pio V, tendo recebido da Santa Igreja o título oficial de Doutor Comum, devido à sua incomparável sabedoria teológica e filosófica.

Triunfo de Santo Tomás — Francisco Traini, igreja de Santa Catarina, Pisa (Itália)

Tomás nasceu por volta de 1227 na cidadezinha de Aquino, na Campagna felice italiana, aos pés do famoso Mosteiro de Monte Cassino, sendo aparentado com imperadores e reis, inclusive o da França, São Luís IX.

Aos cinco anos foi enviado ao Mosteiro de Monte Cassino para estudar. “A serenidade de seu semblante, a inalterabilidade de seu temperamento, sua modéstia e suavidade eram marcas sensíveis de que Deus o havia precedido com suas primeiras graças” 1.

Muito reflexivo e recolhido, o menino passava longo tempo pensando. A um frade que lhe perguntou sobre o que pensava, respondeu com a pergunta que mostra suas cogitações infantis: “Que é Deus?”. A essa questão ele responderá mais tarde, como ninguém o fez.

Aos 10 anos Tomás foi enviado para continuar seus estudos na Universidade de Nápoles. Seu primeiro biógrafo relata que “nas aulas o seu gênio começou a brilhar de tal forma, e a sua inteligência a revelar-se tão perspicaz, que repetia aos outros estudantes as lições dos mestres de maneira mais elevada, mais clara e mais profunda do que tinha ouvido” 2 .

Vitória contra a concupiscência

Foi em Nápoles, anos depois, que o adolescente Tomás travou relações com a Ordem Dominicana, fundada havia vinte anos, e que representava na época “a vanguarda doutrinadora e combativa da Igreja” 3. Quis nela ingressar, mas como era menor de idade, só foi recebido entre os filhos de São Domingos mais tarde, com o falecimento de seu pai, em dezembro de 1243.

Sua mãe, contudo, tinha outros planos para ele, e por isso mandou dois filhos, soldados do Imperador, atrás de Tomás, que escapara indo para Roma.



Preso Tomás numa torre do castelo, mãe e irmãos tudo fizeram para convencer o caçula a renunciar àquela aventura. Nada surtiu efeito. Os irmãos apelaram então para um estratagema infame: contrataram a mais bela das cortesãs da região, prometendo-lhe grossa quantia se conseguisse levar o jovem ao pecado. Sabiam que, se ele caísse na impureza, isso quebraria sua resistência.

Assim que a mulher infame entrou no quarto, Tomás, dando mostras de uma virtude heróica, pegou da lareira um pedaço de lenha em brasa e correu atrás dela, que fugiu como pôde. Em seguida, ainda cheio de indignação contra a cortesã e de amor para com Deus, desenhou na parede uma grande cruz, que osculou ternamente, implorando a Deus que nunca perdesse a integridade da pureza de alma e de corpo.

Tão bem tinha Tomás sua alma em suas mãos, que em pouco tempo voltou à inteira tranqüilidade, adormecendo. Viu então em sonho dois Anjos que lhe cingiram os rins com uma cintura de fogo. Ele confessará depois que, a partir desse momento, nunca mais sentiu os impulsos da concupiscência da carne. Era a recompensa que recebia por seu ato heróico de virtude.

Duas de suas irmãs, convertidas por ele, obtiveram-lhe as Sagradas Escrituras e livros de estudo, com o que ele continuou sua vida como se estivesse no convento. Enfim, segundo seus primeiros biógrafos, depois de quase dois anos de prisão, com a ajuda das irmãs conseguiu escapar, descido num cesto para os braços dos dominicanos, seus irmãos de hábito, que o aguardavam.

O encontro de dois gênios, dois santos

Santo Alberto Magno, 1352 — Modena (Itália) Esse grande Doutor da Igreja foi mestre de Santo Tomás

No ano seguinte Tomás fez sua profissão religiosa e foi enviado a Paris. Nesse famoso centro universitário brilhava então, pelo seu saber, o dominicano Alberto de Bollstädt, que passou para a posteridade como Santo Alberto Magno. Era tal a afluência dos que iam ouvi-lo, que era necessário transportar sua cátedra para uma praça pública, hoje ainda conhecida como Place Maubert (da contração de Magni Alberti).


“O encontro de Tomás de Aquino com Alberto Magno representa um fato de extraordinária transcendência na história da cultura. Talvez mesmo se possa dizer que são os dois colaboradores necessários à elaboração do mais vasto e consistente sistema filosófico de todas as épocas” 4.

De Paris, o discípulo Tomás acompanha o mestre, que ia organizar um centro de estudos teológicos da Ordem em Colônia, na Alemanha.

Fonte: Lepanto

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