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quinta-feira, 15 de maio de 2014

AIS. Portugal: Patriarca de Jerusalém pede orações pelos cristãos vítimas de perseguições no Médio Oriente


A situação no Médio Oriente é “explosiva”. Foi assim que o Patriarca Latino de Jerusalém se referiu à situação geopolítica nesta região do mundo que classificou de “mais do que frágil”.

D. Fouad Twal, que presidiu este ano à peregrinação de 12 e 13 de Maio ao Santuário de Fátima, pediu as orações de todos, “especialmente para os cristãos vítimas de perseguições”.

O Patriarca de Jerusalém fez ainda várias referências  à visita do Papa Francisco à Terra Santa, nos próximos dias 24 a 26 deste mês, e lembrou a actualidade da mensagem de Fátima e a importância da oração à Mãe de Deus.

“Como sabeis, o Papa Francisco, daqui a alguns dias, irá como peregrino à Jordânia, à Palestina e a Israel. Fátima está intimamente unida à missão universal do ‘bispo vestido de branco’. Ajudemos o Papa na sua missão de graça e de paz, rezando e oferecendo sacrifícios. Tomemos, também, o seu exemplo e peregrinemos à Terra Santa, onde estão as vossas raízes e onde se concretizou a História da nossa salvação. Espero-vos a todos com muito gosto”. E acrescentou: "Sem Fátima, até mesmo os nossos dias não se entenderiam bem".
 
D. Fouad Twal, que hoje, quarta-feira, participa numa conferência, na Universidade Católica de Lisboa sobre a situação dos cristãos no Médio Oriente, apelou ainda para que se cumpram as leis internacionais e os direitos das nações, e deixou um desafio aos milhares de peregrinos que o escutaram:
“Vim de Jerusalém para vos pedir também que rezeis por todos os habitantes da nossa região: cristãos, judeus, muçulmanos: Por todos. Por favor, não vos esqueçais particularmente dos vossos irmãos, os cristãos da Terra Santa. Podeis ajudá-los rezando por eles, mas também – cada um no seu campo de acção – contribuindo para que se cumpram as leis internacionais e os verdadeiros direitos das nações, e que volte a paz à terra do Príncipe da Paz”.

Na sua primeira intervenção em Fátima, na noite de 12 de Maio, na Capelinha das Aparições, o prelado deixou uma palavra de esperança, afirmando que devemos confiar em Cristo pois “Ele não falha nem pode falhar”, declarou D. Fouad Twal.

“É como se o eco da sua voz forte continuasse a dizer-nos: ‘Não tenhais medo’. Apesar das injustiças, apesar do número reduzido de fiéis na Terra Santa, apesar do número tão elevado de refugiados, apesar da família quase destruída, apesar de todos os pesares: ‘Não tenhais medo’”, concluiu o Patriarca.

Ontem, na homilia da missa que encerrou a peregrinação à Cova da Iria, o Patriarca Latino de Jerusalém voltou a referir-se à violência que grassa no mundo e, muito especialmente na Terra Santa, onde muros erguidos por Israel separam famílias cristãs na Palestina.

“Na Terra Santa há muitos muros que separam famílias, paróquias, terrenos. Mas pior do que os muros de betão são os muros do coração do homem, as injustiças, o ódio racial e religioso, a ambição e o egoísmo feito lei, a desconfiança, a força bruta e a arrogância em toda a parte. Sim, os muros do coração são invisíveis mas são piores do que os muros visíveis.”

D. Fouad Twal fez também questão de sublinhar a urgência de paz no mundo neste tempo. E, de novo, uma chamada de atenção para a situação muito delicada em que vivem tantas comunidades cristãs no Médio Oriente.

“Há muitos problemas no mundo e muito particularmente no Médio Oriente. Graves problemas políticos, sistemas e governos inteiros que não conseguem restaurar a continuidade e a serena convivência; os fanatismos religiosos de alguns grupos islamitas ou de alguns grupos de judeus extremistas; os ‘check points’ militares israelitas que impedem a livre circulação dos habitantes árabes da Terra Santa e do mundo árabe para os seus lugares de culto e para os lugares onde vivem os seus familiares; centenas de milhar de refugiados, gente que perdeu tudo: casa, veículos, trabalho, terra, a sua dignidade. A guerra aqui e ali e rumores de guerra e greves por toda a Europa.”

Durante a homilia, o Patriarca de Jerusalém deixou ainda um apelo para que os cristãos que vivem no Médio Oriente sejam apoiados, eles que sendo “pedras vivas do corpo de Cristo, são um património comum que todos temos de custodiar", disse.

Entretanto, ainda ontem, ao final da tarde, o secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Luís Campos Ferreira, em representação do Presidente da República, que se encontra em visita oficial à China, condecorou D. Faoud Twal com a Grã-Cruz da Ordem de Mérito, cerimónia que decorreu na Nunciatura Apostólica, em Lisboa.
 
PA | Departamento de Informação da Fundação AIS | info@fundacao-ais.pt

Fonte: Fundação AIS

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