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sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

O horror do Estado Islâmico desmascara 4 mitos sobre as Cruzadas


Os recentes, constantes e estarrecedores ataques cometidos pelos radicais do Estado Islâmico, entre os quais a decapitação de 21 cristãos egípcios no último fim de semana, têm levado muita gente, no mundo inteiro, a se perguntar: o que é que pode ou deve ser feito, afinal de contas, para dar um basta a essas aberrações?

Vários países já puseram operações militares em andamento. Grande parte das pessoas entrevistadas pela televisão ou que se manifestam nas redes sociais não apenas considera justificada a intervenção militar contra um grupo terrorista capaz de tamanha selvageria; muita gente inclusive pede mais esforços concertados para eliminar os fanáticos que parecem não conhecer piedade alguma, razão alguma e limite algum.

Diante de uma ameaça tão brutal e real, volta à tona o conceito de "guerra justa": em casos tão extremos, o uso da força é uma possibilidade aceitável ou, mais ainda, é uma obrigação de justiça, voltada a parar o injusto agressor e a defender os direitos humanos das vítimas covardemente agredidas?

A chocante experiência que estamos vivendo diante do grau assassino de fanatismo dos agressores faz com que venha ao caso reavaliar com outros olhos um contexto muito semelhante: o dos cristãos da Idade Média, que também sofreram atrocidades de todo tipo e se viram diante da urgência de reagir, ainda que fosse pela força.

Foi nesse contexto que a cristandade empreendeu as Cruzadas: em reação a uma ameaça horrenda, que já durava mais de 400 anos e que precisava ser vigorosamente repelida. Não teria sido por pouca coisa, afinal, que a maioria dos grandes santos da época apoiou as Cruzadas: entre eles, ninguém menos que São Bernardo, Santa Catarina de Sena e São Francisco de Assis. Isso mesmo: o São Francisco de Assis que, até hoje, é símbolo de luta heroica pela paz. Mesmo ele se viu obrigado a acompanhar os cruzados; pregando a reconciliação e a paz, é claro, mas sabendo, ao mesmo tempo, que a cristandade tinha o direito e o dever de se defender das agressões sofridas.

Obviamente, a resposta dos cruzados não deve nem pode ser vista como coisa plenamente adequada e isenta de pecados. É muito raro que algum conflito armado termine sem atrocidades (o que é uma ótima razão para que sempre consideremos a guerra somente como último e extremo recurso). No entanto, a maioria das ideias populares sobre as Cruzadas é muito mais influenciada pelo fanatismo anticatólico do que pela verdade histórica.

Um artigo de Paul Crawford, publicado alguns anos atrás, apresenta “Quatro mitos sobre as Cruzadas”. O artigo original, que é longo, mas excelente, pode ser lido na íntegra aqui (em inglês).

Eu me permito, a seguir, fazer um resumo do que Paul Crawford nos relata com base em suas pesquisas.

MITO 1: “As cruzadas foram um ataque gratuito dos cristãos ocidentais contra os muçulmanos”.

Uma revisão cronológica honesta derruba esta mentira. Até o ano 632, o Egito, a Palestina, a Síria, a Ásia Menor, o Norte da África, a Espanha, a França, a Itália e as ilhas da Sicília, da Sardenha e da Córsega eram todos territórios cristãos. Dentro das fronteiras do Império Romano, que ainda existia no Mediterrâneo oriental, o cristianismo ortodoxo era a religião oficial e esmagadoramente majoritária. Fora daquelas fronteiras, ainda havia outras grandes comunidades cristãs, não necessariamente ortodoxas e católicas, mas, ainda assim, cristãs: a maioria da população cristã da Pérsia, por exemplo, era nestoriana. Também havia várias comunidades cristãs espalhadas pela Arábia.

Apenas um século mais tarde, em 732, os cristãos já tinham perdido o Egito, a Palestina, a Síria, o Norte da África, a Espanha, a maior parte da Ásia Menor e o sul da França. A Itália e suas ilhas associadas também estavam sob ameaça; tanto que as ilhas acabariam sob o domínio islâmico no século seguinte. Logo após o ano de 633, as comunidades cristãs da Arábia foram inteiramente destruídas. Tanto os judeus quanto os cristãos foram expulsos da península arábica. Os da Pérsia estavam sob forte pressão. Dois terços do antigo mundo cristão romano se viam agora governados pelos muçulmanos.

Leia mais aqui

Fonte: Aleteia.com

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