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segunda-feira, 10 de março de 2014

Viver santamente o empreendedorismo. Leia o artigo: "A miopia do empreendedorismo"

O Blog Viver Santamente indica a leitura do seguinte artigo. O texto foi encontrado no site do Empreendedor Online. Confira!
"Nos últimos anos muito se tem falado, escrito e, sobretudo, discursado sobre as virtudes do empreendedorismo. No Brasil de hoje, o tema é, quase, uma obsessão. Quem promove as virtudes está “in”. Quem não foi contagiado pela febre do empreendedorismo está, definitivamente, “out”. Para empresários e governo, o empreendedorismo é a prioridade nacional.
Basta uma consulta no Google para ter uma ideia da miríade de projeto realizados por todo o país, assim como da diversidade de feiras e eventos para promover o empreendedorismo. A obsessão é tal que até é prescrito como panaceia para resolver o problema do desemprego. As promessas de cura milagrosa, que muitos apregoam, levam a pensar que estamos perante verdadeiros “curandeiros do empreendedorismo”.
Para compreender melhor este fenômeno é necessário analisar o primeiro pecado capital do empreendedorismo: a miopia. Alguém acredita que todos temos capacidade para cantar? Quem vê o programa Ídolos na televisão facilmente percebe que a esmagadora maioria dos candidatos não tem os requisitos mínimos para fazer carreira na música e ganhar a vida como cantor. Mesmo que gastem rios de dinheiro nas melhores escolas do mundo, estas nunca conseguirão dotá-los das capacidades que fazem os grandes cantores. O que temos visto no programa Ídolos, por exemplo, é que aqueles que têm talento rapidamente se destacam da multidão. Como escreveu Rubem Alves, um bom pianista não precisa de fazer força para tocar pois tem o piano dentro dele, desde o nascimento. Quem, como eu, não nasceu com o piano dentro, cedo descobre que o piano nunca passará de uma prótese. Nunca conseguirá colocar para fora um piano que não existe. Mais, nenhuma prótese resolverá a falta de talento.
(...)
porque incentivamos milhares de pessoas sem talento a criar o seu negócio? Porque encorajamos essas pessoas a não desistir e os financiamos para se atirarem do “penhasco das realizações empresariais”, quando é evidente que cairão no fundo? Para quem tiver dúvidas, uma breve leitura dos planos de negócio dos novos empreendedores será suficiente para perceber que, regra geral, estão escritos num “subgênero da ficção contemporânea”. As descrições dos produtos, dos serviços e dos consumidores são uma ficção, sem qualquer sustentação na realidade do mercado, um erro que, mais tarde ou mais cedo, será punido com o encerramento da atividade."
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